A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) venceu licitação pública para capacitar gerentes sociais, em um investimento do governo federal de aproximadamente 14 milhões de reais. Serão capacitados agentes de 28 municípios dos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.
A pró-reitora de extensão da Unimontes, Marina Ribeiro Queiroz, esteve em Unaí (MG), entre os dias 10 e 15 de março, para capacitar gerentes. Professora da universidade há 30 anos, Marina é socióloga e pós-graduada em sociologia política e métodos e técnicas de pesquisa. Para ela, ?na capacitação, temos a oportunidade de ter três visões: a do aluno, que tem a prática, a do professor, que tem a teoria, e a da rede, que mostra os papéis da esfera federal, estadual e municipal. É uma experiência enriquecedora para todos?, diz.
Na primeira fase do projeto, estão sendo capacitados mais de 1.600 gerentes sociais. Segundo a pró-reitora, ?somadas as ações que estão sendo implementadas nos níveis estadual e federal, é um momento ímpar para ao desenvolvimento social no país?.
O curso de capacitação possibilita troca de experiências. Um município que tenha avançado na área de assistência social é exemplo para os demais. É o caso do lote 16, em Unaí, onde foi estruturado um plano de curso para detalhar como funciona a assistência no local. Para Marina Ribeiro, a rede de aprendizagem que se forma a partir da troca de experiências possibilita que se veja o Brasil como um todo. ?Não podemos separar os problemas por uma linha, como vemos as placas de fronteira que separam um município de outro?, diz.
Segundo ela, que foi secretária municipal e gestora estadual de assistência social, ?capacitar é a forma mais eficaz de levar um bom atendimento aos beneficiários, porque a pessoa que executa determinado trabalho precisa refletir sobre o que está fazendo, uma coisa que no dia-a-dia quase não é possível?, explica.
As aulas inaugurais de capacitação mostram o que era feito no Brasil em relação à assistência social, como está sendo feito agora e como pode ser feito. Segundo a pró-reitora da Unimontes, ?hoje a assistência social é tratada como lei. Os municípios criaram conselhos, a sociedade já tomou conhecimento. Mas não podemos nos acomodar, pois há perigo de retrocesso?, ressalta. E complementa que ?o usuário precisa de políticas públicas e de, principalmente, ter as mesmas oportunidades?.