O estudo Qualidade de Vida: Suas Determinantes e sua Influência sobre a Seguridade Social, divulgado, no dia 14 de outubro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), constatou que, entre 1992 e 2007, o número de contribuintes que usufruíram de auxílio-doença no Brasil aumentou em 33,7%, passando de 26,15% para 34,96%.
Situação inversa foi registrada pelo Ipea entre as pessoas que se enquadram como ?não-contribuintes?. No mesmo período (1992 a 2007), foi registrada queda de usuários do auxílio-doença, tanto para os que residem em região metropolitana (-14,46%) como para os que residem em região não-metropolitana (-26,22%).
No mesmo período, os contribuintes que residem em regiões não-metropolitanas passaram de 17,7% para 22,46%. Um aumento de 26,92%.
Mulheres
O estudo também constatou que, apesar de as mulheres terem mais doenças crônicas do que os homens ? 36,3% delas têm doenças crônicas contra 29,4% dos homens ?, elas utilizam menos o benefício auxílio-doença (22% das mulheres e 25,5% dos homens). Segundo o estudo, isso deve ocorrer devido ao fato de os homens, em geral, serem mais estáveis no trabalho e, consequentemente, na contribuição.
A maternidade tende a ser, para as mulheres, um momento de instabilidade no trabalho, já que o período de gravidez e os primeiros anos pós-nascimento da criança são períodos nos quais as mães tendem a se afastar do trabalho, fazendo uso da licença-maternidade. Isso, segundo o Ipea, pode vir a resultar em demissão após a volta da licença. Por conseguinte, a contribuição também tende a ser instável.
Ainda segundo o estudo, tanto entre os contribuintes como entre os não-contribuintes, a ocorrência de incapacidade laboral é maior nas mulheres do que nos homens. E em ambos os casos é maior entre os não-contribuintes.
O Ipea constatou que, entre 1998 e 2003, houve aumento na incidência da incapacidade laboral entre os homens contribuintes, passando de 4,02% para 4,37%, e também entre as mulheres, cujo índice passou de 5,87% para 6,28%.
A situação entre os não-contribuintes se manteve estável, tanto entre homens (5,35%) como entre mulheres (7,2%).
Com informações da Agência Brasil (www.agenciabrasil.gov.br)/ Pedro Peduzzi