Esta publicação reúne um conjunto de textos que traduzem as diferentes histórias de atores sociais que têm em comum o compromisso com o desenvolvimento das Tecnologias Sociais (TS) no estado do Rio Grande do Sul e, também, a interação com os demais territórios do Brasil. Por isso, contém em si um importante significado que pode ser traduzido na convicção de que é possível fazer a diferença nos rumos do desenvolvimento humano e social da nossa sociedade.
A TS vem sendo discutida no Brasil, nesta primeira década do século XXI, por diferentes atores sociais, tais como organizações da sociedade civil, universidades, integrantes do governo, trabalhadores, entre outros, e vem se constituindo como uma das respostas possíveis para o atendimento das demandas sociais. Há, entre esses atores, uma preocupação com a crescente exclusão social, a precarização e a informalização do trabalho, a violação dos direitos humanos e, também, a constatação acerca dos limites da atual política de ciência e tecnologia no país.
É urgente a importância de divulgação do conceito e aplicação das tecnologias social para a sociedade e a compreensão de sua dimensão os legisladores. Todo o SER tem o potencial de produzir algo.
Nos últimos dez anos o avanço nas ações sociais estruturadas ou seja, aquelas que realmente agregam valor aquém é direcionada, vem crescendo e sendo cada vez mas valorizadas. A Tecnologia Social vem compilar e dar maior visibilidade estes esforços.
Tirada do texto: As tecnologias sociais podem nascer no seio de uma comunidade ou no ambiente
acadêmico. Podem, ainda, aliar saber popular e conhecimento técnico-científico. Importa
essencialmente que sua eficácia seja multiplicável, propiciando desenvolvimento em escala.
São exemplos de tecnologia social: o clássico soro caseiro (mistura de água, açúcar e sal
que combate a desidratação e reduz a mortalidade infantil); as cisternas de placas pré-moldadas que atenuam os problemas de acesso à água de boa qualidade à população do semi-
árido, entre outros .
Seguindo essa lógica, de que a Tecnologia Social é uma atividade voltada à geração de
renda e à preservação do meio ambiente, que alia saber popular e técnico e que é
multiplicável, a atividade do Mundo + Limpo consiste em uma Tecnologia Social, no sentido
pleno do conceito.
Vejo que a Economia Solidária é a bola da vez, já que ela trabalha de forma autogestionária. E tem umas colocação no texto que marcou qdo coloca que cabe ao movimento de ECOSOL, especialmente por meio das ITCPs, desafiar a universidade às respostas que são necessárias para a criação de instrumentos de construção de uma nova sociedade, pois ela tem todos os elementos para que possa constituí-lo.
Muito embora o sistema capitalista demonstre claras manifestações de esgotamento, de que a prevalecer a lógica tal como está colocada, não haverá espaço para todos, que o consumo como está sendo imposto pelo capital é esgotável num curto espaço de tempo, ainda sim, temos muito que avançar na busca de alternativas de um muito mais justo, de uma sociedade mas solidária, etc. A TS nos mostra muito claramente este caminho, nosso grande desafia, talvez seja convencer os que estão próximos de nós desta realidade. Oficinas como esta e material deste nível, nos ajuda neste processo de formação e conscientização.
Diante de um modo de produção capitalista que privilegia o TER e não o SER, as tecnologias sociais vieram para fortalecer o SER. O SER de uma economia solidária, de um trabalho coletivo, do desenvolvimento local, da sustentabilidade… O SER de um desenvolvimento social que valoriza o processo de inclusão e garanta os direitos sociais e não a competitividade de capitalistas na oferta de novos bens de consumo.
Acredito que o texto é muito profundo e aponta para um horizonte que apresenta caminhos alternativas viáveis para superação da pobreza e miséria e construirmos uma sociedade mais justa. Trás muitas tecnologia que inspiram e dão esperança de que um mundo justo é possível.
Eu acho que todas as ações de tecnologia social visando a transformação social, e em consequente diminuição da desigualdade no país, devem ser muito incentivadas.
Na sociedade atual, temos que destruir o que temos de valor não econômico, para, aí sim, dar-lhes valor econômico de mercado, tirar do povo que é naturalmente dono, para concentrar nas mãos de poucos os bens universais. Evoluir, chegar à lua, acabar com o câncer que foi inventado para “desenvolver” a ciência e enriquecer os mais estudiosos, os melhores, os mais capazes.
Pra mim, são práticas abomináveis.
As tecnologias sociais são nomenclaturas novas e valorização das velhas práticas colocadas na lógica do mercado e do consumo para dar condições aos expropriados do capital de ganhar algum recurso.
As tecnologias sociais colaboram com novas tecnologias, nos ajudam a criar novas formas de colaboração técnica dentro das comunidades, desenvolver novos processos, realizar adaptações e criar novas formas de viver, conviver e realizar ações de transformação social e desenvolvimento sustentável.
Parabenizo Fernandes Maciel pelo trabalho conciso e esclarecedor sobre TS e suas possibilidades.
Grande Trabalho!!!
Tenho, por força do hábito e da não intencional e nem pretendida herança paterna, que conjecturar a respeito da origem da TS, então vamos lá:
Com o advento da globalização e as rupturas que, por conta daquela, vieram à tona no início deste século: Crises, escândalos, guerras inventadas no afã do enriquecimento, ou melhor, manutenção de status quo de certa “nação”, a fome, o desemprego, a estiagem moral do homem…
Para não mergulhar no caos financeiro, social, político e cultural tecnólogos e seus ultra projetos, acadêmicos com seus discursos filosóficos existencialistas refinados, cientistas e suas mirabolantes criações congelam seus pensamentos e seus imperativos trabalhos e observam, esbabaçados a criatividade e o entendimento popular em ação na produção de tecnologias transversais e não convencionais para o franco desenvolvimento de sua sobrevivência e dos que se assentam à seu largo ao formatarem projetos de geração de produtos limpos, trabalho e renda… na contramão do pressuposto de qualquer crise econômica, promoveram desenvolvimento local sustentável.
Reinventaram a roda? Não!!! Simplesmente se propuseram a não mais esperar as promessas “incumpríveis” dos governos e da casta empresarial que dita as regras do mercado. Construíram seu próprio mercado, sua própria rede de produção e comércio, compreendendo que TECNOLOGIA [TECHNOS (do grego) ofício, profissão LOGOS (estudo, saber, conhecimento)], nada mais é que o estudo, o entendimento do ofício, da profissão, da sua relação com seu instrumento de trabalho, seu tempo disponível, seu conhecimento, sua criatividade em detrimento ao desenvolvimento de seu produto, elementos imprescindíveis para a promoção de sua sobrevivência…
Ainda estáticos, esbabaçados com os resultados alcançados por essas iniciativas isoladas, e empreendedoras a casta de tecnólogos, acadêmicos e cientistas vislumbraram a receita de um dos vetores para o fomento do crescimento socioeconômico para o sec. XXI e eis que surge, como algo pensado e debatido à séculos a chamada TECNOLOGIA SOCIAL – TS… Elaborada a partir da discussão ? Não!… Elaborada à partir da constatação dos resultados daquelas inciativas, as quais não foram poucas e não se findaram, ao contrário, se desenvolvem e se alastram pelos quatro cantos deste país há vários anos e do entendimento, em uníssono, de que para se produzir tecnologia não é necessário ter bilhões de dólares e parques industriais imensos… Para produzir tecnologia basta apenas criar, desenvolver e produzir, em qualquer escala e em modo de produção que melhor se adequar ao produto que se queira produzir!!!
Carlos Neri Serra (Carlitus Serra)
Diretor Teatral, Artista Circense, Articulador de Projetos Culturais
DRT 26.887/SP
CIA ALEATHORIUM CIRCUS